quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SÍNTESE DA UNIDADE III

Antes da independência, no final da época colonial, o Brasil deixou de ser considerado colônia, o que foi importante no âmbito educacional.
Em 1789, com a Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte, manteve as leis revolucionárias, tornando a França um Império, dominando parte da Europa e entrando em confronto direto com a Inglaterra.
Portugal já era aliado dos ingleses há séculos, mas que também mantinha relações amigáveis com a França.
Foi justamente D. João VI, considerado um rei abobalhado, que teve que enfrentar o grande dilema da história de Portugal.
Caso Portugal ficasse nas mãos dos franceses, o poderio britânico poderia ser abalado por um bloqueio naval de fato eficiente.
Por outro lado, ficando do lado dos ingleses, o bloqueio naval francês perderia grande parte de sua eficácia, porque a Inglaterra contaria com uma base de apoio no continente para abastecer sua frota.
Diante do impasse, D. João VI apelou, como fazia sempre, aos seus conselheiros, mas eles ficaram divididos entre si, alguns a favor da Inglaterra e outros da França, deixando o príncipe regente completamente perdido e sem saber o que fazer.
Espanha e França deram um ultimato a Portugal: ou se unia a um dos lados ou seria considerado inimigo dos dois.
Facilmente influenciável e temendo por sua cabeça, pois a moda na França era a guilhotina para os seus inimigos, d. João partiu para o Brasil em navios ingleses no dia 29 de outubro de 1807.

O reinado de D. João VI e a educação no Brasil
D. João não veio para o Brasil sozinho, junto com ele estava toda sua corte, que incluía mais 10 mil nobres e os maiores intelectuais de Portugal.
Tendo sido transferido o governo para o Rio de Janeiro, então sediando a corte, o Brasil não podia continuar uma simples colônia, foi elevado à categoria de Reino Unido ao lado de Portugal e do Algarve.

A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede do governo português não por sua infra-estrutura, mas pela localização geográfica e maior distância do cenário da guerra, possuindo facilidade de comunicação marítima com a África e a Ásia.
Algumas mudanças ocorridas na época, como remodelar a cidade, calçando as ruas e criando uma rede de iluminação pública e a abertura dos portos brasileiros, em 1808, aos navios de todas as nações, por exemplo, atraíram um bom número de intelectuais estrangeiros que foram responsáveis por um enorme salto no campo educacional.
 Além disto, em 1816, D. João organizou a vinda de uma missão francesa composta por intelectuais para o Brasil.
Como a França estava envolvida numa agitação social, devido à revolução francesa, tendo os franceses sido derrotado pelos ingleses por esta altura, o Conde da Barca, encarregado de selecionar os intelectuais que seriam escolhidos, não teve o menor problema para encontrar gente que havia antes apoiado Napoleão e que estava disposta a vir para o Brasil.
Para estes intelectuais franceses, o convite representou a possibilidade de escapar de represarias do novo governo que estava sendo formado na França.
Vieram, então, intelectuais e artistas que seriam responsáveis por uma mudança radical na cara do Rio de Janeiro.
Eles fizeram escola, formando um grupo de intelectuais brasileiros que seriam vitais dentro do sistema educacional do Brasil durante o Império, inclusive, acabando gradualmente com a falta de professores que estava em voga aqui.
A vinda da corte para o Brasil gerou a fundação de instituições de nível superior, antes inexistentes.
O período joanino facilitou as mudanças que seriam implantadas depois da independência do Brasil.
Durante o período Imperial surgiu um sistema dualista, dividido entre a escola pública de qualidade questionável e a particular.
Depois da Guerra do Paraguai, os debates sobre a educação tornaram-se mais ativos.
O Império constituiu o grande período preparatório que daria origem as realizações que a República iniciaria.
A guerra do Paraguai ofereceu a primeira oportunidade para os primeiros grandes movimentos de massas humanas no Brasil.
Nas fileiras do exército e a bordo dos navios armados, onde as pessoas se nivelavam na luta e no sofrimento, a luta dos mais pobres pelo acesso a educação começou.
Muitos dos escravos e dos homens comuns revelaram-se tão capazes quanto os jovens oficiais de brasão de armas, desenvolvendo um novo sentimento de igualdade e camaradagem.
O que levou a uma melhor compreensão da realidade brasileira e a identificação do sistema educacional como uma das raízes do atraso do Brasil.
Dentro deste contexto, surgiu uma nova mentalidade que culminou com o projeto Rodolfo Dantas em 1882.
Onde pela primeira vez no Brasil, ao se tentar planejar a educação, não se perdia de vista o fato de que a institucionalização educacional estava em relação estreita com o desenvolvimento da sociedade e com os seus recursos econômicos e financeiros.
O projeto levava em conta a necessidade de cooperação dos poderes gerais na obra múltipla e imensa do ensino, recomendava a criação de novas Universidades e cursos para que pudessem formar profissionais que atendessem a demanda por professores nas escolas primárias e secundárias.
Por sua vez, deveriam ser fundadas mais escolas para facilitar o acesso das camadas menos favorecidas.
Além da atenção especial a formação de professores, o projeto recomendava que fosse feita uma reformulação das disciplinas ministradas, visando torná-las mais integradas umas com as outras e com o mundo pós-revolução industrial.
No entanto, o projeto nunca chegou a ser posto em pratica, antes que isto fosse cogitado, a monarquia caiu e foi proclamada a República.
Caberia ao governo republicano se inspiraria em muitas das recomendações presentes no dito projeto ou mesmo no resultado dos debates em torno dele.

REFERÊNCIA:
-http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2011/02/educacao-no-brasil-imperio.html

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